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A Última Grande Lição




     Morrie é o  professor predileto de Mitch quando este é estudante universitário. 16 após a formatura, Mitch vê, por acaso, em um noticiário de televisão matéria sobre Morrie de quem estivera afastado por todo esse tempo e viaja para vê-lo. A partir daí, restabelecida a relação de admiração, respeito, confiança e afeto, Morrie, o professor  de Sociologia, quer falar de si. Mitch fica sabendo que ele  sofre de uma doença neurológica, degenerativa, de causa desconhecida chamada Esclerose Lateral Amiotrópica (ELA) e, pior, é também fatal. Juntos acertam que  o  ex-aluno lhe visitará todas as terças-feiras quando, então, conversarão sobre diversos assuntos ou mais exatamente sobre  "o sentido  da vida".
Auto comisseração, remorso,professor, morte,família,emoções, medo de envelhecer,
dinheiro,permanência do amor,casamento,nossa cultura, perdão,conceito  do  dia perfeito, despedida, são os assuntos sobre o que os dois conversam - Mitch gravando com permissão de Morrie - nas 14 terças feiras que restaram  ao professor depois do reencontro.

" ... pensar nessas coisas quando  a morte ainda parece longe. Vivemos tão  enrolados em objetivos egoístas, carreira, família, ter dinheiro para hipoteca, comprar carro novo, consertar o  aquecedor. Vivemos envolvidos em trilhões de pequenas coisas, não  adquirimos o hábito de dar uma parada, olhar nossa vida e dizer: é só isso? não  está faltando alguma coisa? ...... Precisamos que alguém nos empurre nessa direção. Não é coisa que venha automaticamente." (página 68).

O professor conseguiu se fazer esse questionamento sem entristecer. Conseguiu, pela adversidade das suas circunstâncias, ver  razão de existir em pequenas coisas.  A convivência, mesmo que curta, com o  ex professor, melhorou a vida de Mitch.  O livro A Última Grande Lição - Mitch Albom, é a narrativa de um  fato  real e baseado nele foi  feito um  filme protagonizado por Jack Lemmon, que não  assisti.

É auto ajuda? É sim. Mas desse tipo que  a gente deveria ler de vez em  quando para diminuir nossas angustias diárias. 

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