Pular para o conteúdo principal

História bonita: Bicicloteca

Imagem: Alessandro Shinoda/FSP
 O sr.Robson Mendonça é de Alegrete -RS, tem 60 anos e mora em São Paulo. Contou à Folha de São Paulo que gosta de ler mas sem ter endereço não pode pegar livro em biblioteca.
Sonhos nascem de e apesar de adversidades. Com esse gaucho que se impressinou com A Revolução dos Bichos de George Orwell as adversidades levaram ao sonho de ter uma biblioteca para pessoas da rua como ele.
Criou a Bicicloteca. Leva no bau da bicicleta livros que consegue por doações privadas e que ele empresta para quem quer e deixa o nome num caderno.  Quem pega emprestado devolve ou passa adiante para outro leitor, conforme explicou Sr. Robson, na Praça da Sé ao jornal Folha de São Paulo.
Depois de ter perdido a mulher e a filha em um acidente, morou na rua por vários anos. Além disso foi ludibriado e perdeu direitos trabalhistas.
Atualmente dirige uma ONG que atende pessoas da rua. Na Bicicloteca, vão Graciliano Ramos,Truman Capote e Lima Barreto e, mais que tudo, a disponibilidade e generosidade do Sr. Robson Mendonça.


 (Folha de São Paulo 27.07.2011)

Comentários

  1. Belo exemplo em um país como o nosso.

    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Que história marcante...gostei do exemplo.A leitura nos tranporta para lugares que onde,talvez,nunca possamos ir.De uma generosidade,podemos aos poucos,tranformar,mudar e descobrir.
    NOSSOS SINCEROS PARABÉNS.
    Abraços no coração!

    ResponderExcluir
  3. Letícia,Regina e Adenilson

    Obrigada pelas visitas.
    tenho especial carinho pelas pessoas que compartilham.
    Este senhor me comoveu.
    abraço.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

comentários ofensivos/ vocabulário de baixo calão/ propagandas não são aprovados.

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Os Dentes do Jacaré, Sérgio Capparelli. (poema infantil)

De manhã até a noite, jacaré escova os dentes, escova com muito zelo os do meio e os da frente. – E os dentes de trás, jacaré? De manhã escova os da frente e de tarde os dentes do meio, quando vai escovar os de trás, quase morre de receio. – E os dentes de trás, jacaré? Desejava visitar seu compadre crocodilo mas morria de preguiça: Que bocejos! Que cochilos! – Jacaré, e os dentes de trás? Foi a pergunta que ouviu num sonho que então sonhou, caiu da cama assustado e escovou, escovou, escovou. Sérgio Capparelli  CAPPARELLI, S. Boi da Cara Preta. LP&M, 1983. Leia também: Velho Poema Infantil , de Máximo de Moura Santos.