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Mostrando postagens de setembro, 2011

Bienal de Pernambuco - eu fui e volto amanhã

Sem carro e morando longe só o prazer de estar cercada de livros justifica tomar ônibus lotado  ir até o outro lado da cidade pra ver a Bienal.  Afinal, dá para comprar montão de livros pela internet.  Mas vale a pena. Me sinto extremamente bem no ambiente. Além dos livros algo me deixa sinceramente feliz: ver as crianças. Elas fazem uma festa! Aqueles rostinhos encantados, os maiores correm eufóricos perdidos nas novidades. E são muitas.  Dá gosto de ver, grupos de alunos em cima de alguns livros, assediando vendedores, enlouquecendo professoras, enfileirados nos caixas...  vou voltar amanhã. Hoje fotografei e precisava voltar logo. Para quem ainda não foi, aviso que tem muita promoção mesmo para quem não é professor.

O Poço da Panela, quem tem?

O Poço da Panela, poema de Olegário Mariano, está em um dos volumes do livro "Toda Uma Vida de Poesia". Alguém poderia me enviar esse poema, por favor?   Não serve informação de site, por isso peço a alguém que possua o livro.  Agradeço desde já a gentileza. abraço, Regina Algum tempo depois de fazer esse pedido, ganhei o livro.Para ler o poema  procurado, clique aqui

Bicicloteca Roubada

 Em julho este blog postou a história bonita da Bicicloteca: iniciativa do Sr.Mendonça que empresta livros gratuitamente a moradores de rua na cidade de São Paulo. Agora, recebo de Tânia as notícias veiculadas nos jornais da cidade de que a Bicicloteca foi roubada, justamente pelas pessoas que o sr. Mendonça ajudava. Não tendo como conter minha indignação, deixo abaixo os links a respeito do fato. Veja também como você poderá ajudar a refazer tão belo trabalho.   (clique na imagem)

A Última Crônica, Fernando Sabino

           A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.      Ao fundo do botequim um

Gazel do Amor Imprevisto, Frederico Garcia Lorca

Desenho de Garcia Lorca, 1936 O perfume ninguém compreendia da escura magnólia de teu ventre. Ninguém sabia que martirizavas entre os dentes um colibri de amor. Mil pequenos cavalos persas dormem na praça com luar de tua fronte, enquanto eu enlaçava quatro noites, inimiga da neve, a tua cinta. Entre gesso e jasmins, o teu olhar era um pálido ramo de sementes. Procurei para dar-te, no meu peito, as letras de marfim que dizem sempre , sempre, sempre ; jardim em que agonizo, teu corpo fugitivo para sempre, teu sangue arterial em minha boca, tua boca já sem luz para esta morte. Federico García Lorca, in 'Divã do Tamarit' Tradução de Oscar Mendes   Acabei de aprender: Gazel - Do árabe(gasal;ghazal;ghazel) significa: requebro,galanteio. Poesia erótica. Poesia amorosa dos persas e árabes,composta de no máximo 15 dísticos. Rimam os versos do primeiro dístico entre si e com o segundo verso de cada um dos outros. O poeta persa Hafiz (sec

Crônica cantada:Vanusa - Comunicação

Festival da Música Popular Brasileira, TV Record ano 1969. Vencedores: 1ºlugar: Sinal Fechado - Paulinho da Viola - 2ºlugar: Clarisse , de Eneida interpretada por Agnaldo Rayol e 3ºlugar: Comunicação de Edinho e Hélio Matheus, interpretada por Vanusa.   A TV Record não voltou a fazer festivais de música.

Primavera, Cecília Meireles

   A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega. Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores. Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende. Oh! Primaveras distantes, depois do branco e de

Prêmio Jabuti 2011 finalistas: Crônica, Conto, Infantil e Romance

Finalistas, categoria: Crônica e Conto 1º      DESGRACIDA     RECORD     DALTON TREVISAN 2º      A PEDAGOGIA DOS CARACÓIS     VERUS EDITORA     RUBEM ALVES 3º      A VIDA É UM SHOW     GLOBAL EDITORA     GUGA DE OLIVEIRA 4º      FICÇÃO INTERROMPIDA - UMA CAIXA DE CURTAS     ATELIÊ EDITORIAL     DIÓGENES MOURA 5º      MEIO INTELECTUAL, MEIO DE ESQUERDA     EDITORA 34     ANTONIO PRATA 5º A PLACENTA E O CAIXÃO     LEYA BRASIL     DEONÍSIO DA SILVA 6º      O MAU VIDRACEIRO     EDITORA GLOBO     NUNO RAMOS 7º      A SORDIDEZ DAS PEQUENAS COISAS     NÃO EDITORA     ALESSANDRO GARCIA 8º      TRÊS DÚVIDAS     COMPANHIA DAS LETRAS     LEONARDO BRASILIENSE 9º      RETRATOS IMORAIS     EDITORA OBJETIVA     RONALDO CORREIA DE BRITO 10º      ANÔNIMOS     ROCCO     SILVIANO SAN Finalistas:Categoria Infantil 1º      CONTROLE REMOTO     MANATI PRODUÇÕES EDITORIAIS LTDA.     TINO FREITAS 2º      COM MIL DIABOS!     COMPANHIA DAS LETRAS     ERNANI SSÓ 3º      OBAX     BRINQUE-BOOK EDITOR

Crônica nossa de cada dia... Xico Sá

Troque o Celular Por Uma Galinha Gorda - Xico Sá        O glorioso inventor da ansiedade, Alexander Graham Bell(1847-1922),deve se arrepender até hoje da sua patente telefônica. (Como Santos Dumont, dândi brasileiro em Paris, que maldisse do seu próprio brinquedo ao vê-lo nos céus da guerra).Nestes tempos em que celular virou brinco, eternamente colado às "oiças" de madames, de moçoilas, de executivos e de modernos em geral, uma reflexão recente de dona Maria do Socorro, brava sertaneja, mãe deste que vos berra, vem como pílula mais do que apropriada: "Conheci teu pai, namorei, casei, engravidei de todos vocês, criei minha família, cuidei de tudo direitinho, graças a Deus não morreu nenhum... E nunca precisei dar ou receber um telefonema, nem unzinho mesmo!".      Mulher do sertão, que só pegou em um telefone depois dos 50 anos, anda revoltada com parentes e amigas que vivem grudados ao celular. "Tá todo mundo de pescoço torto, cabeça decaída para um la

Arrasando na terceira idade: Angústia,Graciliano Ramos (1)

Edição especial marca comemorações pelos 75 anos de Angústia , de Graciliano Ramos     Para comemorar os 75 anos da primeira edição de Angústia, de Graciliano Ramos, a editora Record lança na próxima semana uma edição especial do romance e abre um ciclo de debates que percorrerá cinco capitais do país. O primeiro evento ocorrerá na Universidade de São Paulo (USP), na terça-feira (20), e será aberto com um depoimento do escritor, professor, ensaísta e crítico literário Antônio Cândido.     O simpósio "Graciliano Ramos - 75 anos de Angústia"  levará ao público uma visão multifacetada sobre esta grande obra da literatura brasileira, publicada pela primeira vez em 1936 quando Graciliano estava preso. Participarão dos debates os professores Elisabeth Ramos (neta de Graciliano) Erwin Torralbo Gimenez, Hermenegildo Bastos, Wander de Melo Miranda e Belmira Rita da Costa Magalhães, todos especialistas na obra do escritor alagoano.     Após a capital paulista, o simpósio acontecerá em

Arrasando na terceira idade: Angústia, Graciliano Ramos (2)

Angústia - Graciliano Ramos  Angústia, capa da 1ªed. 1936 Ano de lançamento 1936 “ Haviam desencadeado uma perseguição feroz. Tudo se desarticulava, sombrio pessimismo anuviava as almas, tínhamos a impressão de viver numa bárbara colônia alemã. Pior: numa colônia italiana ” -   Trecho do livro Memórias do Cárcere. Refere-se aos Nazismo e Fascismo regimes que tanto encantavam Getúlio Vargas. Foi nessa época, e por ordem do então ditador brasileiro, que Graciliano Ramos escreveu Angústia , seu terceiro romance.  Poucas horas depois de terminar o livro, Graciliano Ramos foi preso em Maceio, sob a alegação, jamais comprovada,  de que havia conspirado no levante comunista de 1935.   Mas vamos ao livro:  Angustia foi lançado em agosto de 1936. Como toda a obra de Graciliano Ramos , leitura obrigatória até os dias atuais.  Angústia é narrado na primeira pessoa. Luis da Silva, sufocado pela solidão, busca de sentido para a vida, falta de motivação narra no p

Comemoração

Este blog comemora 10 semanas consecutivas entre os mais votados no TopBlog de 2011. Sua participação foi  fundamental e nós agradecemos. Você que chegou agora, junte-se a nós e dê seu voto . É simples: basta clicar no selo TopBlog no alto e à direita da página.   Vamos continuar juntos?? 

Concepção e Parto de Uma Poesia - Laércio Lins

A transformar preto e branco em cores, é assim à primeira vista. A transformar pensamentos em palavras, são assim os primeiros sons e as primeiras linhas. A transformar o silêncio em linguagem, feito mímica, surge a voz do olhar e do pensamento. A transformar passos em caminhos, é assim a primeira viagem. Um enorme trem de histórias. Surge fadas, gaivotas, esculturas e um universo imaginário. Surge templos, naves, deuses e demônios, céus e infernos. Surge estrelas, pedras e luzes, muitas luzes. Luzes que fazem brilhar a língua lusitana, revelando formas, desenhando pés, bocas e mãos. Nasce assim a primeira frase. Frágil e tímida, delicada e clara. Surge assim um grande amor, surge assim, poesia, surgiu assim, quase tudo. A lapidar pedras brutas, ostras e pérolas a batizar em água e sal o próprio destino, o próprio rumo. Contemplação à poesia que em forma de mulher se recita, ressuscita, surge e ressurge. Montada em um cavalo alado sobrevoa montanhas, pântanos, co

Crônica cantada:Sandy e Gilberto Gil Se Eu Quiser Falar Com Deus

Se Eu Quiser Falar Com Deus Gilberto Gil Se eu quiser falar com Deus Tenho que ficar a sós Tenho que apagar a luz Tenho que calar a voz Tenho que encontrar a paz Tenho que folgar os nós Dos sapatos, da gravata Dos desejos, dos receios Tenho que esquecer a data Tenho que perder a conta Tenho que ter mãos vazias Ter a alma e o corpo nus Se eu quiser falar com Deus Tenho que aceitar a dor Tenho que comer o pão Que o diabo amassou Tenho que virar um cão Tenho que lamber o chão Dos palácios, dos castelos Suntuosos do meu sonho Tenho que me ver tristonho Tenho que me achar medonho E apesar de um mal tamanho Alegrar meu coração Se eu quiser falar com Deus Tenho que me aventurar Tenho que subir aos céus Sem cordas pra segurar Tenho que dizer adeus Dar as costas, caminhar Decidido, pela estrada Que ao findar vai dar em nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Do que eu pensava encontrar

Melhor Capa de Revista, Edição - 2011 Vencedora

Revista Crescer edição de março de 2011, foi a vencedora do concurso Melhor Capa de Revista do Ano ,promovido pela Associação Nacional dos Editores de Revista - ANER. Direção de arte: Roberta D´Albuquerque Foto: Gustavo Lacerda Produção: Fátima Santos Tratamento de imagem: Paulo Cabral Modelos: Priscila Uchôa, mãe de Anthony, 4 meses Reportagem de capa: Cíntia Marcucci (texto), Ana Paula Pontes e Simone Tinti (reportagem) Para ver as demais concorrentes: http://www.concursocapas.org.br

Eu Não Vim Fazer Um Discurso. Grabiel García Márquez

     Comprei o livro de García Márquez por acaso. Já conhecia o autor,de quem gosto  imensamente. Não sabia, porém, que ele estava com livro novo na praça.       O exemplar, cuja capa não tem nada de atraente, estava bem à minha frente quando entrei na livraria.      Fazer o quê? Eu Não Vim Fazer Um Discurso   é uma coletânea de textos, discursos feitos em diversas ocasiões e lugares ao longo de boa parte de sua vida.       Inicia com o que ele fez em 1944 despedindo-se dos colegas de turma do ensino médio.  Simples, abrangente, afetivo, bem humorado e elaborado.       A primeira surpresa foi quando confirmei no próprio livro que o autor  tinha, à época, apenas 17 anos.        A cada texto uma satisfação. Em Como Comecei a Escrever (03.05.1970), García Márquez diz francamente do medo que está sentindo por falar em público. Desculpa-se por ficar sentado e conta que pelo medo até desejou ficar doente de verdade e que imaginou não ir de paletó ao evento para não ter franqueada

Palmas pro Piaui!!

O colégio Instituto Dom Barreto , de Teresina (PI), obteve a segunda melhor média entre todas as escolas do país no Enem 2010. Com 754,13 pontos, o Instituto Dom Barreto ficou atrás do Colégio São Bento, do Rio de Janeiro. Outra escola do Piauí, a Educandário Santa Maria Goretti, com média de 726,42 pontos, aparece como a oitava melhor colocada no país. O Instituto Dom Barreto é uma escola particular sem fins lucrativos. A mensalidade do Ensino Médio é de R$ 696, segundo a diretora da instituição, Maria Stela Rangel da Silva. Ela afirmou que, além dos 3.500 alunos do colégio – da educação infantil até o ensino médio –, a entidade ainda mantém a Escola Popular Madre Maria Bilac, um colégio totalmente gratuito para 600 alunos do bairro Satélite, um dos mais pobres de Teresina.   Sétimo colocado no ranking geral, com 727,6 pontos, o Educandário Santa Maria Goretti é outro destaque do Piauí no Enem 2010. O colégio, localizado em Teresina, tem 40 anos de existência e cerca d

Pequeno Poema Didático,Mário Quintana

O tempo é indivisível. Dize, Qual o sentido do calendário? Tombam as folhas e fica a árvore, Contra o vento incerto e vário. A vida é indivisível. Mesmo A que se julga mais dispersa E pertence a um eterno diálogo A mais inconseqüente conversa. Todos os poemas são um mesmo poema, Todos os porres são o mesmo porre, Não é de uma vez que se morre… Todas as horas são horas extremas! Nota: o blog manteve a grafia original

Falta biblioteca no Recife

Acreditem, a capital de Pernambuco tem apenas 3 bibliotecas públicas.  Uma delas, a maior e mais antiga, fica no Parque Treze de Maio: Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco . As outras duas estão nos bairros de Afogados e Casa Amarela, zonas oeste e norte da cidade, respectivamente.  Estas duas últimas existem desde os anos 50 e são da Prefeitura da Cidade do Recife.  As duas bibliotecas municipais são pequenas e simples mas muito organizadas e ativas. A Biblioteca Popular de Afogados recentemente criou o Pegue&Leve. Como forma de incentivar a leitura, mensalmente, expõe os livros que tem duplicatas no acervo e quem quiser pode levá-lo para casa.  A iniciativa, por bem sucedida, foi copiada pela Biblioteca Popular de Casa Amarela .  As duas bibliotecas vão além do simples emprestar e receber de volta exemplares de livros. Afogados tem concursos de poesia e contos, espaço infantil, contação de estórias, colônia de férias e aulas de reforço escolar.  Casa Amarela também tem es

Crônica cantada(infantil): Toquinho, O Avião

Para ouvir e ver a letra, clique na imagem Esta música está no CD infantil Casa de Brinquedos ,Toquinho e outros artistas convidados.

Melhor capa de revista de 2011 - vamos votar?

 Concurso de ANAER- Associação Nacional de Editores de Revista, escolhe a melhor capa de 2011 .   Dê o seu voto.  O blog traz  apenas 2 das 16 capas concorrentes. Clique  aqui para ser direcionado à página e dar ser voto.  Resultado no dia 12, segunda feira .

Valsa da Esquina, Dalton Trevisan

     Um moço em Curitiba devia se afogar... Carlinhos retocou as pontas da gravata — uma gravata de bolinhas azuis, mas não era feliz. Olhou de todos os lados: onde o mar?      — ... no último barril de rum! Saía do emprego e reunia-se no café com os amigos. Cobria a xícara de cigarros, no mármore da mesa desenhava trinta vezes o seu nome de guerra.      — Uma mulher é o que falta a um moço como eu!      Com zumbido de abelha corriam os bondes sobre os trilhos — todas as caras na janela.Voltou para o quarto, um, dois, feijão com arroz, Mulher como a dama das camélias, disse consigo, chutando uma pedra.      Dia 17 de abril de... não me lembro o ano, às sete e meia da noite. Carlinhos quis voltar e parou, com a perna no ar: nada por fazer no quarto. Anda, anda, minha perna, três, quatro,feijão no prato.      Os pares dançavam na sala, as cadeiras ao longo da parede. Ele fumava à janela, por vezes repuxava a gravata de bolinhas — aquilo sim era gravata! No oitavo cigarro deci

No Caminho Com Maiakóvski , Eduardo Alves da Costa

             Eduardo Alves da Costa Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói, assim me aproximo de ti, Maiakóvski. Não importa o que me possa acontecer por andar ombro a ombro com um poeta soviético. Lendo teus versos, aprendi a ter coragem.    Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história. Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemo