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Descobrindo Olegário Mariano (2)



O recifense que ocupou a cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras, foi parceiro de Joubert de Carvalho em pouco mais de duas dezenas de músicas, quase todas de sucesso popular.  Hoje trago Maringá, uma toada cuja primeira gravação foi de Carlos Galhardo, mas aqui está  em versão instrumental com a viola caipira de Paulo Santana e também com a dupla Tonico e Tinoco.  Vale explicar: foi a  sra. Elizabeth Thomas, mulher do presidente da Cia. Melhoramentos do Norte do Paraná, que em 1947  sugeriu que se desse à cidade que estava se formando o nome de Maringá.




Maringá
Joubert de Carvalho e Olegário Mariano

  Foi numa leva
Que a cabocla Maringá
Ficou sendo a retirante
Que mais dava o que falar

E junto dela
Veio alguém que suplicou
Pra que nunca se esquecesse
De um caboclo que ficou

Maringá, Maringá
Depois que tu partiste
Tudo aqui ficou tão triste
Que eu garrei a imaginar

Maringá, Maringá
Para haver felicidade
É preciso que a saudade
Vá bater noutro lugar

Maringá, Maringá
Volta aqui pro meu sertão
Pra de novo o coração
De um caboclo assossegar

Antigamente uma alegria sem igual
Dominava aquela gente da cidade de Pombal
Mas veio a seca, toda chuva foi-se embora
Só restando então as água
Dos meus olhos quando chora

Maringá...Maringá

Maringá...Maringá

Maringá, Maringá
Volta aqui pro meu sertão
Pra de novo o coração
De um caboclo assossegar


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