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O João de Ipumirim



Blém, blém, blém!...
Toca o sino da matriz
São seis horas da manhã
Me acordo, sou o João!

O João da poesia
O João da antiga Vila Harmonia
O João da alegria
O bisneto da nona Maria.

O João de Ipumirim
Que cuida do jardim
Que pratica esporte, lazer
Dança gaúcha folclórica, prazer.

O João que ama a escola
Vive chutando bola
Ama a rua onde mora
Não deixa pássaro na gaiola.

O João que faz fogo no fogão
Que sapeca o pinhão
Que toca seu violão
Que bebe o bom chimarrão.

O João que brinca no parque da praça
Que com o amigo faz graça
Que desenha na vidraça
Que é feliz quando abraça.

O João que vai à piscina
Que no judô fascina
Que anda de skate na esquina
Que sua bicicleta empina.

O João que dá bom-dia
Pro vizinho, pro amigo, pra tia
Que a vida desafia Convivendo com alegria.

O João que cultiva o chão
Cuida da terra com a mão
Planta milho, pipoca, feijão...
Divide tudo com o irmão.

O João que anda a cavalo
Que dá comida pro galo
Que no rio Engano pesca
Que com os amigos faz festa.

O João que nasceu nessa cidade
Que cresce com liberdade
Tem amigos de verdade
Só existe amizade.

O João que aqui é feliz
Que aqui criou raiz
Que toca o sino da matriz
Que desse povo é um aprendiz.



De João Pedro Artifon Canton,(11 anos) da escola N. E. M. Prof. Claudino Locatelli, em Ipumirim (SC). Medalha de ouro na Olimpíada da Língua Portuguesa - Ecrevendo o futuro - Ed.2012- categoria: Poema.

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