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Mostrando postagens de outubro, 2013

Porque hoje é.... aniversário de Drummond

Hoje Carlos Drummond de Andrade faria 111 anos. Não vou falar nada sobre o poeta, claro. Ele desde há muito é de po todos querido e sabido. Procurei, então, a página 111 de um de seus livros e encontrei um poema que podia ser crônica, artigo, prosa... Drummond, exagerado em talento, tinha dessas coisas. Deixo abaixo o que encontrei na página 111 e, iurrúuuuu , ainda não tinha no Google! Desenho de Ramon Muniz Em Março, Esta Semana Carlos Drummond de Andrade Segunda-feira a gente ficou presa não no distrito: em casa, ante o combate de Cassius Clay e Frazier... Que tristeza ver Muhammad Ali tatibitati, hesitando, caindo, prolongando por 15 rounds nossa aflição inglória: Vai resistir? Virar a luta? Quando acaba a cruenta e lenta história? Sem apostar um dólar ou cruzeiro pois nutro por tabefes sacro enjoo), lamento haver perdido: o palradeiro tem minha simpatia no seu voo rumo    à ideia de paz,num mundo de guerra.

Medo de Injeção é Boiolice, Dirceu Kuhn

Um vizinho me confessou um humilhante desassossego diante das medicações injetadas via subcutânea, intramuscular ou endovenosa. Eu, corajoso em qualquer situação, quase não contive o sarcástico riso debochador. Pensei comigo mesmo que esse negócio de homem sentir medo não passa duma fraqueza inexplicável; uma, digamos, falta de coragem pra assumir o lado... feminino... Ao inverso de mim, que me julgo deveras valente, destemido, uma impávida fortaleza de cálcio petrificado (tenho ossos fortes; aliás, quase só tenho ossos). Pois sou neto de alemães bravios (verdade que meus ascendentes rapidamente fugiram ao Brasil na Segunda Guerra Mundial. Mas fugiram porque eram machos e não bobos!). Retomando o fio da miada, eis que nasci nas selvas paranaenses, nas quais amedrontei cascavel no chute e destrocei jaguatirica no dente: isto quando não brincava de agarrar jacaré à unha e espantar marimbondo a soco! (alguma dúvida quanto à masculinidade retumbante?). Contudo, porém, entretanto e to

Mané Garrincha

     "Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um dos seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos...Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho". Isto é de Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta modernista brasileiro. E nunca foi lido pelo alagoano Amaro - analfabeto, bêbado,cafuzo e mulherengo. Porém, pai de Manoel Francisco dos Santos, o essencial Garrincha, um dos melhores boleiros do planeta, que nasceu em 28 de outubro de 1933, no distrito mageense de Pau Grande, no Estado do Rio de Janeiro.      Mané era o quinto filho de casa e a irmã mais velha, Rosa, vendo nele o passarinho indomável e de canto suave, passou a chamá-lo de Garrincha. E ele,  bem como o apelido, desde cedo mostraria o que lhe era de gosto e temperamento. Daí, do lado indíg

Crônica cantada:A companheira

    A Companheira Guilherme Brito e Paulinho Tapajós   Foi porque Seu cabelo embranqueceu Como a neve pintou o meu Que o amor renasceu Foi porque Caminhar trouxe a sua mão Fez das pedras jasmins no chão Fez do mundo um jardim Foi assim que o princípio roubou o fim Que o olhar que olhou por mim Renovou nossa festa Quero mais que o futuro não volte atrás E que a gente prossiga em paz Pro infinito que resta É lindo envelhecer Se a companheira é você Que a vida inteira Sempre foi minha alma gêmea E nada que eu disser dirá jamais Todo o bem que você me faz .   A música mais conhecida de Paulo Tapajós é Andança, um clássico dos festivais dos anos 60. Como não gosto nem um pouquinho de Beth Carvalho, escolhi A Companheira em que o autor também canta. Gosto dessa música pela simplicidade e lirismo.Ah, tá bom, também pelos cabelos brancos. Ouçam outras músicas e conheçam Paulinho Tapajós recentemente falecido. 

As Flores do Ruanda, Adelson Correia da Costa

As Flores do Ruanda Estou lendo e gostando desse livro.   O autor disponibilizou os primeiros capítulos e eu trouxe para que o internauta fique curioso. Capítulo I 2004 — O Ruanda lembra os seus mortos No dia 6 de abril de 2004, eu estava novamente no Ruanda, uma pequena república soberana da África Central que faz fronteira ao norte com Uganda, sul com Burundi, oeste com o Congo (antigo Zaire) e leste com a Tanzânia. Era a segunda vez que visitava o país e, desta feita, com o objetivo de superar alguns traumas decorrentes da minha primeira estada dez anos antes. Aquela seria uma experiência redentora e confesso que precisei de muita coragem para voltar, pois iria reviver uma época no meu passado repleta de memórias desagradáveis que me marcaram profundamente. Quando saí do país africano pela primeira vez, em 1994, meu pai, um senador americano, colocou-me para fazer análise com um terapeuta behaviorista amigo havia muito tempo da nossa família e conhecido em t

Asterix de volta!!! Vamos a ele?

Cinco milhões ( na França ficam 2 milhões) de exemplares, tradução para 23 línguas e lançamento em 15 países (Portugal sim, Brasil ainda não). Estou falando da volta de um adorável herói de HQ.  Hoje chegou  o novo álbum Asterix.  Era uma edição muito esperada porque é a primeira assinada por outra dupla, uma vez que Uderzo parou na edição anterior de 2008.  Asterix Entre os Pictos é a  35ª edição do impagável grupo gaulês e nela Uderzo é responsável  somente pelo desenho da capa e a supervisão do trabalho  da nova dupla de autores: Didier Conrad (desenho)  Jean-Yves Ferris (Texto). Hoje à noite Paris festeja o lançamento oficial de Asterix Entre Os Pictos   com um banquete  nos moldes daqueles da aldeia de Asterix, Obelix e Panoramix.  As aventuras de Asterix com os pictos, temidos guerreiros da antiga Escócia, é   mais um episódio na história da indomável tribo da Gália que resiste à ocupação romana, muitas vezes com a ajuda de uma poção mágica druida que lhe garante supe

Educadora do ano vai ao Sacolão para alfabetizar.

Destaque no Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita: pedagoga Elisangela Luciano. Elisangela Carolina Luciano, não mede esforços para fazer com que todos os alunos do 1º ano da escola onde trabalha em Mogi Guçu- SP terminem o ano letivo  conhecendo as letras. A profissional  busca formas simples e acessíveis  para mostrar às crianças a importância de aprender a ler e escrever.  E num pais como o Brasil que, segundo o IBGE, teve um ganho de 300.000 analfabetos ,  em  2012,  sentir a importância de saber ler e escrever  é um passo fundamental.  Para dar sua contribuição na melhoria dessa vergonhosa estatística  Elisangela  levou  os alunos ao sacolão da cidade e ensiná-los a escrever os nomes dos alimentos.    Segundo a pedagoga havia a necessidade de vincular as aulas ao cotidiano das crianças. Ela exemplifica com escrever cartões de papelaria, fazer resenha de filmes infantis para estimular o interesse pelas letras. Faltava escrever listas de palavras que segundo

Fui Mirar-me, Cecília Meireles

Fui mirar-me num espelho e era meia-noite em ponto. Caiu-me o cristal das mãos como as lembranças do sono. Partiu-se o meu rosto em chispas como as estrelas num poço. Partiu-se meu rosto em cismas - que era meia-noite em ponto. Dizei-me se é morte certa, que me deito e me componho, fecho os olhos, cruzo os dedos sobre o coração tão louco. E digo às nuvens dos anjos: "Ide-vos pelo céu todo, avisai a quem me amava que aqui docemente morro. "Pedi que fiquem amando meu coração silencioso e a música dos meus dedos tecida em tanto sonho. "De volta, achareis minha alma tranquila de estar sem corpo. rebanhos de amor eterno passarão pelo meu rosto."

100 anos de Vinicius de Moraes

                      Hoje seria o centenário do poetinha Vinicius de Moraes. Nada posso acrescentar sobre ele que já não tenha sido dito. Procurei, então,  uma antologia que tem aqui na casa de meu filho, queria postar o poema da página 100.  Não deu. Nessa página está um poema longo demais para um blog, por isso postei o poema seguinte que eu não conhecia.  Tem também uma música. É só clicar . Estadão/Rádio Eldorado:Especial 100 anos de Vinicius de Moraes O Falso Mendigo   Minha mãe, manda comprar um quilo de papel almaço na venda Quero fazer uma poesia. Diz a Amélia para preparar um refresco bem gelado E me trazer muito devagarinho. Não corram, não falem, fechem todas as portas a chave Quero fazer uma poesia. Se me telefonarem, só estou para Maria Se for o Ministro, só recebo amanhã Se for um trote, me chama depressa Tenho um tédio enorme da vida. Diz a Amélia para procurar a "Patética" no rádio Se houver um grande desastre ve

Prêmio Jabuti de 2013

“A vidinha do escritor é tão lerda, a gente vende tão pouco, é uma choradeira, e um prêmio é sempre um tapinha nas costas ”.   Assim pensa  Evandro Affonso Ferreira, vencedor na categoria romance , da 55ª edição do Prêmio Jabuti com o livro O Mendigo que Sabia de Cor os Adágio de Erasmo de Rotterdam. A obsessão com a originalidade da linguagem sempre foi uma marca registrada de Evandro Affonso Ferreira, cuja literatura, iniciada em 2000 com o elogiado Grogotó, chegou a ser comparada à de Guimarães Rosa. Mas agora, aos 66 anos e em seu sexto livro, o escritor está mais reflexivo. Deixou de lado o cuidado excessivo com a forma, mas sem abrir mão da musicalidade, do cuidado com as palavras, da concisão — o que já vinha fazendo desde seu romance anterior, Minha mãe se matou sem dizer adeus, vencedor do Prêmio APCA de melhor romance de 2010 e finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti de 2011. Páginas Sem Glória deu o prêmio de contos/crônicas a Sérgio Santana.